Neste Natal, cumprimentamos nossos(as) amigos(as) que fazem a Educação
no âmbito da 15ª DIREC e, também, aqueles(as) que, em outras esferas sociais,
compartilham do nosso convívio.
Para vocês,
Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são
meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um
sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia
suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que
não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...
e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me
saber que eles existem.
Esta mera condição me
encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os
procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão
lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que
eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os
procuro,
noto que eles não têm noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
noto que eles não têm noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer,
eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha
prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho
em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares
maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer...
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me
consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz
amigos, reconhece-os.
Vinicius de Moraes
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