quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

CERIMÔNIA DE INSTALAÇÃO DA BIBLIOTECA DA 15ª DIREC E OFICINA DE LEITURA

Data: 23 de dezembro de 2014.
Local: Escola Estadual 4 de Setembro – Pau dos Ferros/RN
Público alvo: Representação de professores que atuam no ambiente da Biblioteca e convidados(as) para a cerimônia.
ABERTURA DO ENCONTRO
Cumprimento aos(às) educadores(as) das escolas estaduais, estudantes da escola estadual 4 de setembro, convidados(as), para a cerimônia de instalação da Biblioteca da 15ª DIREC e às atividades da oficina de leitura, sob a coordenação da equipe do Núcleo de Tecnologia em Educação – NTE.
Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é o de assumir esse país democraticamente – assim afirmara Paulo Freire. No intuito de possibilitar o acesso democrático aos espaços de leitura é que a 15ª DIREC instala oficialmente, no dia de hoje, a Biblioteca Profa. Maria Lúcia Chaves de Aquino, no ambiente do NTE, reconhecendo nesta professora in memorian o zelo e a dedicação pelo livro e pela leitura, marca da sua trajetória profissional, enquanto educadora.
-Hino Nacional
APRESENTAÇÃO CULTURAL
A literatura pode nos permitir apreender a experiência singular tanto nos campos da reflexão dialógica capaz de proporcionar uma espécie de autoconstrução de si quanto pode ajudar na formação permanente de cada pessoa, como afirmara Albert Brayner. Partindo desta afirmativa, assistiremos a  apresentação do cordel onisciente, de autoria de Manoel Cavalcante, filho desta terra, interpretado por Antonia Emily Matias e Matheus Emanuel Gurgel Leite, estudantes da E. E. 4 de Setembro/Pau dos Ferros-RN.
Como bem afirmara Campos Caiado, a música é reconhecida [...] como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial, em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. Na perspectiva de proporcionar um agradável momento através da música, convidamos o Grupo Voart, composto pelas vozes de educadoras e profissionais da educação que atuam na DIREC e escolas, bem como estudantes da E. E. 4 de Setembro, sob a regência da professora Inayara Ítma Alves Pereira.

ABERTURA OFICIAL DO ENCONTRO: Profa. Maura Cavalcante Moraes de Sá – Diretora da 15ª DIREC.
ATO ECUMÊNICO: Débora Siqueira – da Igreja Batista, Pe. Denes – da Igreja Ortodoxa de Antioquia e o Seminarista e Estagiário Gláudio – da Igreja Católica Apostólica Romana.




HOMENAGEM À PROFESSORA
Há pessoas que passam em nossas vidas e não deixam marcas, há outras que assinalam no livro da vida e no coração das pessoas os seus feitos, a sua história. A professora Lúcia Chaves soube conquistar pessoas e, mesmo ausente do nosso convívio, tem sido lembrada, porque pertence ao segundo grupo. E para referendar esta afirmativa, as professoras: Maura Cavalcante e Luzineide Ferreira prestarão uma homenagem a nossa querida professora.
Aprendi com o poeta que, na vida, tudo é verdade e caminho. Isso porque aprendemos a construir nossas verdades e, junto com elas, abrir caminhos que contam a nossa história mesmo quando não estamos mais por perto.
Na composição de sua história, a partir das suas verdades, a professora Lúcia Chaves deixou marcas que traduzem suas singularidades e fazem com que seja sempre lembrada porque tais marcas ficaram gravadas na mente e no coração das pessoas com as quais conviveu. É bem verdade que as lembranças sempre vêm carregadas de saudade, e como disse Drummond, sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.
Não obstante a saudade que sentimos, hoje não é um dia propício à tristeza. A convocação da vida é que os nossos corações acomodem uma saudade boa de Lúcia e, assim, sejamos gratos à Providência por nos ter permitido dividir com ela um tempo e um espaço. O momento é oportuno, então, para que sejam mencionados alguns traços da sua marca enquanto profissional e, sobretudo, enquanto ser humano.
Que lembranças dela guardamos conosco?   
Ela é lembrada, então, como Professora Multiplicadora do Núcleo de Tecnologia em Educação/NTE da 15ª DIREC, no período de 2008 a 2013. Por conseguinte, haveremos de recordar, saudosamente, que 2013 foi o ano em que ela passou para o outro lado do Caminho. Participou de formações, em Natal, para trabalhar com os professores a formação continuada em Informática. Atuou, inclusive, em Encontros pedagógicos realizados nas escolas, com o Curso Introdução à Educação Digital.
Foi uma profissional responsável, dedicada e comprometida com o trabalho.
Era bastante comunicativa e, inegavelmente, essa habilidade foi muito importante no cotidiano profissional, porque sabia otimizar o tempo, contribuindo assim para a rápida resolução dos problemas juntos às escolas. Desses Encontros de Formação, deixou sua marca por meio dos registros que costumava fazer dos momentos mais significativos.
Sabemos que o convívio, no ambiente de trabalho, dá oportunidade para que conheçamos as pessoas que dividem conosco a mesma seara e, justamente por isso, sentimos a sua ausência porque nos acostumamos a ouvi-la falar, envaidecida, dos seus cabelos louros naturais; sentimos sua ausência porque tínhamos, ao nosso alcance, o seu sorriso espontâneo e porque, também, podíamos ver os seus olhos belos e sentir o seu olhar, que revelava uma beleza melancólica – talvez a pressentir que partiria mais cedo. Essas lembranças, acreditem, cantam uma cantiga suave e clara que só o silêncio da memória escuta.
Era possível enxergar amor no seu jeito de olhar a vida e, a exemplo disso, nos vem à lembrança a sua fala tão cheia de cuidados quando mencionava o nome de sua mãe; é possível citar, ainda, o seu encantamento mediante a poesia contida no soneto de Camões acerca do episódio que consta no Gênesis, capítulo 29. Neste soneto, o poeta português pôs à parte muitas circunstâncias que o estorvavam, e de todo o capítulo expressou tão somente o sumo de poesia eterna que ele contém: o amor de Jacó e Raquel.
É hora, então, de compartilhar com vocês a beleza que Lúcia enxergava nos versos de Camões. O soneto será declamado pela profa. Maura Cavalcante, com a expressividade que só as almas sensíveis têm. Vocês, certamente, enxergarão a beleza que Lúcia soube enxergar.   


Sete anos de pastor Jacó servia

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por soldada pretendia.
 


Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
 


Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assim negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,
 


tornando já a servir outros sete anos,
dizia: – Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta vida.

Hoje, 23 de dezembro de 2014, a 15ª DIREC oficializa a instalação da Biblioteca Professora Maria Lúcia Chaves de Aquino com o intuito de tornar sempre viva a trajetória de uma educadora dedicada e de um ser humano que soube viver com dignidade o tempo que lhe coube aqui na Terra.


Por tudo o que foi dito, o caminho é nos assentarmos na sombra da memória deixando o pensamento sem limites, pois a memória desconhece as fronteiras por ignorar seu tamanho. Viajemos, portanto, sem passaporte para além do sonho.

DESCERRAMENTO DA PLACA













ENCERRAMENTO
Em nome da 15ª DIREC – instituição promotora deste evento, agradecemos a participação de todos(as) nesta cerimônia. E ao mesmo tempo, convidamos a equipe do NTE para assumir os trabalhos da Oficina de leitura com os(as) professores(as) que atuam nas bibliotecas das escolas estaduais circunscritas a esta DIREC.

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