CERIMÔNIA DE INSTALAÇÃO
DA BIBLIOTECA DA 15ª DIREC E OFICINA DE LEITURA
Data: 23 de dezembro de 2014.
Local: Escola Estadual 4 de Setembro – Pau
dos Ferros/RN
Público alvo: Representação de professores que atuam
no ambiente da Biblioteca e convidados(as) para a cerimônia.
ABERTURA DO ENCONTRO
Cumprimento
aos(às) educadores(as) das escolas estaduais, estudantes da escola estadual 4
de setembro, convidados(as), para a cerimônia de instalação da Biblioteca da
15ª DIREC e às atividades da oficina de leitura, sob a coordenação da equipe do
Núcleo de Tecnologia em Educação – NTE.
Tudo
o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da
escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o
destino da escola na mão, tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco
ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é o de assumir
esse país democraticamente – assim
afirmara Paulo Freire. No intuito de possibilitar o acesso democrático aos
espaços de leitura é que a 15ª DIREC instala oficialmente, no dia de hoje, a
Biblioteca Profa. Maria Lúcia Chaves de Aquino, no ambiente do NTE,
reconhecendo nesta professora in memorian
o zelo e a dedicação pelo livro e pela leitura, marca da sua trajetória
profissional, enquanto educadora.
-Hino Nacional
APRESENTAÇÃO CULTURAL
A
literatura pode nos permitir apreender a experiência singular tanto nos campos
da reflexão dialógica capaz de proporcionar uma espécie de autoconstrução de si
quanto pode ajudar na formação permanente de cada pessoa, como afirmara Albert
Brayner. Partindo desta afirmativa, assistiremos a apresentação do cordel onisciente, de autoria
de Manoel Cavalcante, filho desta terra, interpretado por Antonia Emily Matias e Matheus
Emanuel Gurgel Leite, estudantes da E. E. 4 de Setembro/Pau dos Ferros-RN.

Como
bem afirmara Campos Caiado, a música é
reconhecida [...] como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana,
promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem estar,
facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial, em
questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. Na perspectiva
de proporcionar um agradável momento através da música, convidamos o Grupo Voart,
composto pelas vozes de educadoras e profissionais da educação que atuam na DIREC
e escolas, bem como estudantes da E. E. 4 de Setembro, sob a regência da professora
Inayara Ítma Alves Pereira.
ABERTURA OFICIAL DO ENCONTRO: Profa. Maura Cavalcante Moraes de Sá – Diretora
da 15ª DIREC.
ATO ECUMÊNICO: Débora Siqueira – da Igreja Batista, Pe.
Denes – da Igreja Ortodoxa de Antioquia e o Seminarista e Estagiário Gláudio –
da Igreja Católica Apostólica Romana.
Há pessoas
que passam em nossas vidas e não deixam marcas, há outras que assinalam no
livro da vida e no coração das pessoas os seus feitos, a sua história. A
professora Lúcia Chaves soube conquistar pessoas e, mesmo ausente do nosso
convívio, tem sido lembrada, porque pertence ao segundo grupo. E para
referendar esta afirmativa, as professoras: Maura Cavalcante e Luzineide Ferreira
prestarão uma homenagem a nossa querida professora.
Aprendi com o poeta que, na
vida, tudo é verdade e caminho. Isso porque aprendemos a construir nossas
verdades e, junto com elas, abrir caminhos que contam a nossa história mesmo
quando não estamos mais por perto.
Na composição de sua história, a partir das suas
verdades, a professora Lúcia Chaves deixou marcas que traduzem suas
singularidades e fazem com que seja sempre lembrada porque tais marcas ficaram
gravadas na mente e no coração das pessoas com as quais conviveu. É bem verdade
que as lembranças sempre vêm carregadas de saudade, e como disse Drummond, sentimos saudade
de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram
por ela.
Não obstante a saudade que sentimos, hoje não é um dia propício à tristeza.
A convocação da vida é que os nossos corações acomodem uma saudade boa de Lúcia
e, assim, sejamos gratos à Providência por nos ter permitido dividir com ela um
tempo e um espaço. O momento é oportuno, então, para que sejam mencionados
alguns traços da sua marca enquanto profissional e, sobretudo, enquanto ser
humano.
Que lembranças dela guardamos conosco?
Ela é lembrada, então, como Professora Multiplicadora do
Núcleo de Tecnologia em Educação/NTE da 15ª DIREC, no período de 2008 a 2013. Por
conseguinte, haveremos de recordar, saudosamente, que 2013 foi o ano em que ela
passou para o outro lado do Caminho. Participou de formações, em Natal, para
trabalhar com os professores a formação continuada em Informática. Atuou, inclusive,
em Encontros pedagógicos realizados nas escolas, com o Curso Introdução à
Educação Digital.
Foi uma profissional
responsável, dedicada e comprometida com o trabalho.
Era bastante comunicativa e,
inegavelmente, essa habilidade foi muito importante no cotidiano profissional,
porque sabia otimizar o tempo, contribuindo assim para a rápida resolução dos
problemas juntos às escolas. Desses Encontros de Formação, deixou sua marca por
meio dos registros que costumava fazer dos momentos mais significativos.
Sabemos que o convívio, no
ambiente de trabalho, dá oportunidade para que conheçamos as pessoas que
dividem conosco a mesma seara e, justamente por isso, sentimos a sua ausência porque
nos acostumamos a ouvi-la falar, envaidecida, dos seus cabelos louros naturais;
sentimos sua ausência porque tínhamos, ao nosso alcance, o seu sorriso espontâneo
e porque, também, podíamos ver os seus olhos belos e sentir o seu olhar, que
revelava uma beleza melancólica – talvez a pressentir que partiria mais cedo.
Essas lembranças, acreditem, cantam uma cantiga suave e clara que só o silêncio
da memória escuta.
Era possível enxergar amor
no seu jeito de olhar a vida e, a exemplo disso, nos vem à lembrança a sua fala
tão cheia de cuidados quando mencionava o nome de sua mãe; é possível citar,
ainda, o seu encantamento mediante a poesia contida no soneto de Camões acerca
do episódio que consta no Gênesis, capítulo 29. Neste soneto, o poeta português
pôs à parte muitas circunstâncias que o estorvavam, e de todo o capítulo expressou
tão somente o sumo de poesia eterna que ele contém: o amor de Jacó e Raquel.
É hora, então, de compartilhar
com vocês a beleza que Lúcia enxergava nos versos de Camões. O soneto será
declamado pela profa. Maura Cavalcante, com a expressividade que só as almas
sensíveis têm. Vocês, certamente, enxergarão a beleza que Lúcia soube enxergar.
Sete anos de pastor Jacó servia
Sete anos de pastor
Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por soldada pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assim negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,
tornando já a servir outros sete anos,
dizia: – Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta vida.
Hoje, 23 de dezembro de
2014, a 15ª DIREC oficializa a instalação da Biblioteca Professora Maria Lúcia Chaves de Aquino com o intuito de tornar
sempre viva a trajetória de uma educadora dedicada e de um ser humano que soube
viver com dignidade o tempo que lhe coube aqui na Terra.
Por tudo o que foi dito, o
caminho é nos assentarmos na sombra da memória deixando o pensamento sem
limites, pois a memória desconhece as fronteiras por ignorar seu tamanho.
Viajemos, portanto, sem passaporte para além do sonho.
DESCERRAMENTO DA PLACA
ENCERRAMENTO
Em
nome da 15ª DIREC – instituição promotora deste evento, agradecemos a
participação de todos(as) nesta cerimônia. E ao mesmo tempo, convidamos a
equipe do NTE para assumir os trabalhos da Oficina de leitura com os(as)
professores(as) que atuam nas bibliotecas das escolas estaduais circunscritas a
esta DIREC.